A força do Cavalo e a delicadeza da Flor
O primeiro encontro com Mestra Ursula Lima foi muito especial e determinante.
Ela falava com grande paixão sobre sua arte e demonstrava um comprometimento sincero em transmitir o seu saber. Sua aparência jovial era equilibrada pela firmeza na voz e pelos gestos largos.
Seu nome Kung Fu, Moy Lin Mah, descreve muito bem sua personalidade: “ Aquela que tem a força do cavalo e a delicadeza da flôr de Lotus”.
Mal sabia eu que em breve iria provar destas duas qualidades de minha Mestra!
As qualificações de Mestra Ursula também me chamaram a atenção. Discípula de Grão Mestre Leo Imamura (Discípulo do Patriarca Moy Yat e introdutor do Ving Tsun na America Latina ) ela praticava o Ving Tsun Kung Fu desde os 16 anos. Foi a primeira mulher a ser reconhecida internacionalmente como Mestre Qualificada e Mestre Sênior pela Moy Yat Ving Tsun Federation.
Fiquei encantada quando ela me explicou que Yim Ving Tsun era o nome da jovem que estruturou em um Sistema Marcial o conhecimento passado por uma Monja do Mosteiro Shaolin - Ng Mui .
O Ving Tsun é portanto um sistema de Kung Fu criado por uma mulher onde o importante não é a força mas o desenvolvimento da inteligência estratégica. Isso me deu motivação extra para seguir em frente. Em outro post vou contar mais sobre a história desta extratordinária mulher.
Mestra Ursula deixou claro que eu teria, no ambiente marcial do seu Mogun ( escola, local de prática, em chinês ) e dentro da Família Moy Lin Mah, um espaço seguro para aprender mais sobre mim mesma, sobre minhas relações com o outro de uma maneira diferente, através do meu corpo.
Ela me confirmou que Kung Fu era mais que uma luta. Era um forma de viver melhor a própria vida.
Até hoje fico admirada da enorme paciência que minha Mestra teve e tem comigo.
No início eu me assustava muitas vezes com os sentimentos e emoções que vinham à tona nas práticas corporais do Kung Fu. Insegurança, medos, raiva, inadequação, afloravam e eram acolhidos por ela de forma natural. Parávamos para tomar um chá e conversar sobre o que estava ocorrendo dentro de mim.
Não era raro que meu corpo revelasse comportamentos que eu desconhecia. Por exemplo: eu me considerava como uma pessoa aberta a ouvir e a acolher opiniões.
Na prática corporal do Kung Fu revelei minha faceta impositiva que reduzia a minha capacidade de escuta do outro. Descobri que precisava me refinar.
Eram descobertas que mostravam que a grande luta não se travava fora, mas sim dentro de mim!
Assim relatou
Angela Carvalho “Moy On Gaak Lai” ,
Quarta Discípula de Mestra Sênior Ursula Lima ‘Moy Lin Mah’ e membro do Conselho de Discípulos da Família Moy Lin Mah juntamente com Rodolpho Alcântara, André Villarreal, Helena Carneiro, Fernanda Lima, Heitor Furtado, Vítor Barros e Marcus Souza.
Saiba mais sobre a Família Moy Lin Mah:
Unidade Copacabana, Brasil
Unidade Cascais, Portugal
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